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Por que ensinar educação financeira nas escolas?

educacao financeira nas escolas crianca segurando um cofrinho em formato de porquinho

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Antes de ensinar educação financeira nas escolas, é preciso conhecer a importância e o impacto desse tema para as crianças, jovens e futuros adultos. 

Primeiramente, é fato que as crianças estão em fase de desenvolvimento cognitivo e possuem muito mais neuroplasticidade do que os adultos. Por isso, o aprendizado nessa fase da vida é rápido.

Tanto é verdade que as crianças aprendem uma segunda língua com muito mais facilidade do que um adulto, não é? E o mesmo acontece com outros conteúdos aprendidos em sala de aula.

Dessa forma, a infância é o momento ideal para começar a desenvolver pessoas responsáveis e conscientes com o presente e o futuro quando o assunto é finanças.

Mas será que este é o único motivo para aprender este tema nas escolas? Ou há questões muito mais profundas envolvidas nessa temática? Aproveite esta leitura para entender melhor!

Educação financeira nas escolas: razões para fomentar esta prática

Quando se fala em educação financeira, talvez algumas pessoas podem pensar que apenas conceitos básicos de matemática são suficientes para ensinar este tema.

Porém, educação financeira é muito mais do que matemática. Na verdade, é necessário criar ou ressignificar a relação com o dinheiro, além de entender como as temáticas do consumo consciente, história do sistema monetário brasileiro e outros assuntos importantes se relacionam com o dia a dia das pessoas.

Nesse sentido, percebe-se também a relevância de trabalhar a educação financeira como um tema transdisciplinar, que necessita de outros componentes curriculares para abordar os mais diversos conceitos, sejam eles teóricos ou práticos.

Dito isso, continue lendo para entender quais são os principais motivos para ensinar educação financeira nas escolas.

1) Formar pessoas conscientes financeiramente

Sem dúvida, a primeira razão para ensinar educação financeira nas escolas é formar pessoas conscientes financeiramente.

Vale ressaltar que a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) têm esse entendimento, a exemplo do trecho abaixo, extraído do documento “Recomendação sobre os Princípios e as Boas Práticas de Educação e Conscientização Financeira” da OCDE:

“[…] o processo pelo qual consumidores/investidores financeiros aprimoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução e/ou aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilidades e a confiança para se tornarem mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras, a fazer escolhas informadas, a saber onde buscar ajuda, e a tomar outras medidas efetivas para melhorar seu bem-estar financeiro.”

Afinal, pessoas mais conscientes se tornam mais independentes e são capazes de:

  • Fazer planejamentos orçamentários;
  • Tomar decisões estratégicas;
  • Lidar melhor com o dinheiro;
  • Enfrentar momentos de crise com mais resiliência .

Ao começar esse processo de conscientização na infância, é muito mais fácil evitar barreiras e bloqueios quanto ao tema.

Isso porque as crianças são muito mais abertas a todos os conteúdos. A curiosidade é da natureza delas e o interesse pela educação financeira pode ser estimulado justamente aguçando a criatividade por meio de recursos educacionais diversificados. Falaremos mais sobre isso no item 3. 

Portanto, a consciência financeira é o primeiro passo para adquirir mais conhecimento, desenvolver melhor habilidades e competências e, assim, aplicá-los durante a vida.

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2) Ajudar na criação de hábitos financeiros saudáveis

Se desde cedo as crianças criarem hábitos financeiros saudáveis, quando adultos será muito mais fácil administrar as finanças.

Porém, os hábitos financeiros vão muito além de economizar dinheiro. Planejamento financeiro, estabelecimento de metas e ações para alcançá-las são alguns exemplos que fazem parte de hábitos saudáveis.

Por outro lado, a falta desses hábitos desequilibram as finanças. Uma pesquisa feita em 2019 pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) em conjunto com o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), mostrou que 48% dos brasileiros não controlam o próprio orçamento.

Será que este resultado seria diferente se esse público tivesse aprendido educação financeira nas escolas? Possivelmente sim. Para isso, o papel dos educadores é fundamental. Mas como eles podem mudar este cenário?

É preciso:

  • Incluir a educação financeira nos temas abordados em sala de aula;
  • Trazer mais significado para este aprendizado;
  • Aproximar os estudantes de contextos reais.

Hoje, com as metodologias ativas de aprendizagem, o estudo fica muito mais divertido para as crianças e jovens. Gamificação e metodologia STEAM, por exemplo, são ótimas formas para colocar o estudante no centro do processo de ensino-aprendizagem. Seja por meios físicos ou tecnológicos, de forma mais direta ou mais lúdica, o que não faltam são maneiras de trabalhar esta temática com os estudantes.

3) Apoiar o desenvolvimento de habilidades comportamentais

O desenvolvimento de habilidades comportamentais são as consequências dos hábitos financeiros. Veja algumas habilidades que se destacam neste processo:

  • Senso de urgência e priorizações;
  • Economia e planejamento;
  • Disciplina e responsabilidade;
  • Análise de riscos e resiliência.

Além disso, as crianças e jovens tendem a influenciar o meio em que vivem, ou seja, podem abordar os conteúdos estudados em sala de aula em casa com suas famílias e amigos.

Logo, ao interagirem com a educação financeira desta forma, com o apoio da família, eles passam a compreender cada vez mais a importância deste tema e o quanto ele tem impacto na vida social.

Da mesma forma, os estudantes passam a entender o impacto emocional que a falta da administração financeira pode causar.

Novamente, trazemos um estudo de 2019 feito pelo CNDL e SPC/Brasil que mostra que 8 em cada 10 inadimplentes sofreram com ansiedade (63%) e alterações de sono (25%). Outros problemas como desatenção e baixa produtividade profissional foram registrados.

Portanto, se as crianças compreendem isso desde cedo, não só se envolverão menos em situações de inadimplência, como também vão buscar ter mais segurança financeira. Possivelmente farão uma reserva de emergência e saberão lidar melhor com esses momentos de crise que, muitas vezes, são inevitáveis, como na pandemia da Covid-19.

4) Promover o pensamento empreendedor nos estudantes

Por fim, ressaltamos a importância do pensamento empreendedor e até mesmo a BNCC destaca esse assunto na etapa do Ensino Médio:

“Há hoje mais espaço para o empreendedorismo individual, em todas as classes sociais, e cresce a importância da educação financeira e da compreensão do sistema monetário contemporâneo nacional e mundial, imprescindíveis para uma inserção crítica e consciente no mundo atual.”

Ou seja, no projeto de vida do Novo Ensino Médio esse assunto deve estar em pauta também para capacitar os estudantes para o mercado de trabalho e a vida adulta.

E por falar em vida adulta, sabemos que adultos são exemplos para as crianças e jovens, certo? Nesse sentido, ao desenvolver a educação financeira com as crianças, elas não só serão exemplos no futuro, mas também serão parte de uma rede de multiplicadores de conhecimento.
Agora que você já sabe a importância de ensinar educação financeira nas escolas, que tal conhecer mais a fundo o que diz a BNCC sobre este assunto?

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