“O que você quer ser quando crescer?” Provavelmente todo mundo já respondeu essa pergunta na infância, não é?
Mas será que nessa fase da vida conseguimos responder essa pergunta com propriedade, cientes do quanto essa resposta está ligada ao indivíduo em sua integralidade, com papéis sociais muito bem definidos, dentro de uma perspectiva pessoal e profissional?
Essa perspectiva de futuro deve ser estimulada desde a primeira infância, mas é no Ensino Médio que ela ganha amplitude, principalmente por estar próximo a uma nova etapa muito importante para o jovem. E como será que a escola, com o Projeto de Vida do Ensino Médio, consegue auxiliar os jovens nestas respostas?
Sem dúvidas, a adolescência é uma fase da vida marcada por mudanças, novidades e novas responsabilidades. É nesse momento que grandes desafios surgem, como a preparação para o ingresso em um curso superior e a entrada no mercado de trabalho.
Melhor que trilhar este caminho de forma solitária, é poder contar com um suporte ou uma mentoria, certo? É nesse sentido que o Projeto de Vida do Novo Ensino Médio busca dar suporte aos jovens, com o apoio da escola.
Saiba mais sobre o que é o projeto de vida e qual a sua importância para a formação dos jovens.
O que é o Projeto de Vida do Ensino Médio?
O Projeto de Vida do Ensino Médio, estabelecido pela Lei 13.415/2017, é um dos componentes curriculares do Ensino Médio, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Tem como o objetivo o desenvolvimento integral do estudante considerando as seguintes dimensões:
- Pessoais: refere-se a todos os aspectos pessoais, respeitando a individualidade dos jovens, cada um com sua história de vida;
- Profissionais: diz respeito às competências contemporâneas e fundamentais para o mercado de trabalho;
- Sociais: trata do cidadão inserido na sociedade e no meio que o cerca, levando em conta tanto os seus direitos quanto os seus deveres.
Ao contrário do que se possa imaginar, o projeto de vida não busca orientar o estudante apenas para a vida profissional. Ele leva em consideração o indivíduo por completo, dentro dos três grandes pilares acima descritos.
Com relação a obrigatoriedade da implementação desse novo formato, todas as escolas do Brasil precisam colocar o Novo Ensino Médio em prática até o final deste ano letivo.
Nesse sentido, as instituições de ensino têm autonomia para inserir o projeto de vida nos currículos da forma como melhor atender os jovens, dentro do contexto escolar em que eles estão incluídos.
Assim, as escolas são responsáveis por apoiar os estudantes quanto ao planejamento do projeto de vida, orientando-os antes e durante a jornada.
Vale destacar que o Projeto de Vida do Ensino Médio está presente também na competência geral número 6 da BNCC, conforme segue:
“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.”
E por ser uma competência geral deve ser trabalhado de maneira transversal, em todos os componentes curriculares.
Qual a importância do projeto de vida no Ensino Médio?
O Projeto de Vida enxerga cada estudante como um indivíduo único. Afinal, em uma turma de 30 alunos, temos 30 projetos de vida, certo?
Para construir o projeto, os estudantes são estimulados a serem protagonistas e autônomos na construção de suas próprias histórias. E, de certa forma, o Ensino Fundamental já os direciona para esse caminho. É como se o estudante estivesse sendo preparado durante todo o seu processo formativo.
Dessa forma, ao atuarem com protagonismo e autonomia, tornam-se condutores da própria vida, tomando decisões e fazendo escolhas livres, porém, conscientes e sempre com o suporte escolar.
E essa trajetória, por ser marcada por reflexões, abre possibilidades de descobertas e caminhos para o autoconhecimento. Por isso, o projeto de vida vai além da escola, já que deixa o jovem mais preparado para enfrentar os desafios da vida.
Para exemplificar, podemos pensar no estágio profissional. Ao estagiar em uma instituição, o graduando recebe orientação e conhecimento para se desenvolver e, assim, conquistar um cargo efetivo.
Nesse exemplo, o profissional que não passa pela fase de estágio talvez esteja menos preparado para o início da vida profissional. A lógica do projeto de vida é a mesma. As barreiras e os desafios sempre vão existir, mas o estudante estará mais apto para enfrentá-los.
Além disso, não podemos esquecer da dimensão profissional. Hoje, temos um mercado de trabalho marcado por transformações a todo momento.
Para acompanhar este ritmo, é necessário ter habilidades interpessoais bem consolidadas, tais como a resiliência e a empatia, por exemplo. Logo, o projeto de vida também atua como facilitador e potencializador dessas habilidades.
Da mesma maneira, para que o jovem se insira na sociedade de forma consciente, ele precisa compreender o seu poder de intervenção e transformação desse espaço.
Ao mesmo tempo, esse mesmo jovem necessita valorizar e reconhecer a sua própria voz para saber se posicionar frente às situações cotidianas. O eu, o outro e o nós precisa estar em sinergia durante toda a jornada do projeto de vida.
E na prática, como funciona o projeto de vida?
O Novo Ensino Médio traz diversas mudanças. Entre elas, os itinerários formativos: são eles que fazem o projeto de vida funcionar na prática.
E para que as escolas consigam ajudar os estudantes a construir um projeto de vida de sucesso, é necessário, além de ter um excelente trabalho pedagógico, contar com um sistema de gestão educacional.
Um sistema de gestão educacional fornecerá dados para gestão da aprendizagem, desde um diagnóstico das potencialidades dos estudantes, até um acompanhamento da evolução do processo de ensino-aprendizagem.
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