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Gestor escolar: desafios do presente e do futuro

Gestor Escolar

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O Dia do Diretor de Escola, comemorado em 12 de novembro, celebra a importância desse profissional para a educação. O gestor escolar é referência, faz a gestão de toda a escola, de forma acadêmica e administrativa. Mas, longe de ser uma tarefa fácil, o diretor de escola tem muitas responsabilidades. E você sabe quais são os principais desafios desse profissional e como algumas habilidades podem ajudá-lo a enfrentar esses desafios com eficiência?

Para discutir esse assunto, nada melhor do que trazer pessoas que vivem ou que já viveram essa experiência na prática, não é mesmo? Pensando nisso, convidamos para um bate-papo Adriana Selga, Diretora Escolar do Centro Educacional Primeiro Mundo (ES), Raquel Calil, Diretora do Colégio Universitário (PR), Ana Leão, Consultora Educacional de Vendas da Plataforma A+ e Valdecir Mengarda, Diretor de Gente & Gestão da Plataforma A+. 

Certamente este debate servirá de inspiração para as suas práticas como gestor escolar. Aproveite a leitura!

Responsabilidades do gestor escolar

O tio do Homem Aranha deixou-nos uma reflexão com a famosa frase ”Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. E essa é a maior definição do papel de diretor de escola, certo?

Assim, com visão estratégica e de negócio, visualizando a instituição de forma integral, o diretor de escola é responsável pela gestão de processos administrativos, financeiros, pedagógicos, de recursos humanos e muitos outros.

Contudo, longe de preocupar-se somente com as áreas administrativas, o diretor escolar ainda precisa criar um ambiente participativo, integrado e acolhedor entre os profissionais da instituição, os alunos, pais e responsáveis, o que faz parte da gestão democrática.

E para equilibrar todas essas responsabilidades com sucesso, é fundamental ter uma equipe bem-formada e engajada com o propósito da instituição. Além disso, há algumas habilidades que são fundamentais para enfrentar os principais desafios da gestão escolar, que explicaremos a seguir:

Principais desafios do gestor escolar

O diretor escolar tem desafios diários em sua rotina na instituição. Entretanto, a pandemia da Covid-19 trouxe situações ainda mais complexas e, certamente, tudo isso influenciou a forma de liderar e lidar com contextos tão diferentes e inesperados.

Mas é possível desempenhar uma ótima gestão escolar sabendo administrar as situações com inteligência emocional e resiliência. Essas são, inclusive, duas das principais habilidades para gerir uma instituição de ensino. Listamos abaixo outras habilidades importantes para essa função e as reflexões dos nossos convidados, confira!

1. Comunicação

A habilidade de comunicar-se com clareza é essencial para uma boa gestão escolar. Afinal, o diretor está em contato direto com os demais profissionais da instituição, com os alunos e suas famílias.

Por isso, a comunicação precisa ser fluida. Especialmente em decisões que podem impactar a comunidade escolar, o diretor de escola precisa comunicar de forma muito assertiva para evitar conflitos e ruídos desnecessários.

“Um grande desafio da escola hoje é comunicar-se bem, comunicar bem a sua prática. E a comunicação não é só o que se diz, mas o que se ouve”, aponta Adriana Selga.

Ela também acredita que a globalização e a mudança nas relações são fatores que tornaram as escolas e os indivíduos mais suscetíveis a críticas.

Por isso, “alinhar expectativas é o grande desafio, porque há professores hoje que pensam muito diferente uns dos outros, assim como alunos que reagem de maneiras completamente diferentes a uma mesma proposta, dentro de uma mesma série, numa mesma sala de aula. Ao mesmo tempo, as famílias têm projetos distintos para os seus filhos. Algumas estão mais preocupadas com os resultados no ENEM, nos vestibulares, nas olimpíadas. Outras querem saber das relações e outras práticas dentro da escola”, complementa Adriana.

2. Relacionamento com a comunidade escolar

Essa sem dúvida é uma das principais habilidades do gestor escolar, afinal, relacionar-se com a comunidade escolar faz parte da rotina de trabalho e é uma das principais funções do diretor.

Ouvir os alunos, as famílias, os professores e mediar conflitos e relações é extremamente desafiador, pois todos os envolvidos na comunidade escolar pensam e têm expectativas diferentes.

Para Ana Leão, que já atuou como diretora escolar, “a partir da pandemia, o pai começou a entrar na sala de aula e ser mais participativo, porque passava atrás do computador e via seu filho ali. Então, os pais começaram a ver a educação com outros olhos, e isso foi muito positivo, porque o pai começou a entender um pouco mais o que era a escola para o seu filho”.

Ana também acredita que o relacionamento com as famílias é um fator de fidelização escolar, ou seja, de retenção de alunos. Não só pela conduta do diretor, mas também pelo corpo docente que faz toda a diferença na vida do aluno. “Quando o pai começa a pensar em procurar uma escola mais barata, ele percebe que não é preço, é valor”, reforça.

“Se o diretor não tem bons relacionamentos com as pessoas que trabalham com ele, tem uma dificuldade muito maior para gerir. Então, o relacionamento, a troca, o compartilhamento é muito importante com a coordenação e os professores. A questão da confiança no trabalho, compartilhar dificuldades e possibilidades também é fundamental.” destaca Adriana.

Raquel Calil comenta que com o ensino remoto precisou dar mais atenção para os professores e que passou a valorizar ainda mais essas relações. “Nós aprendemos a valorizar o que realmente precisa ser valorizado e tenho receio de que, na correria do dia a dia, quando retomarmos completamente ao presencial, perderemos isso”.

Portanto, sem dúvidas, a tecnologia apoia a direção escolar nas atividades burocráticas para que ela tenha mais tempo para o relacionamento com as famílias e colaboradores da escola.

3. Resiliência e inteligência emocional

A resiliência, como falamos antes, é uma habilidade que precisa ser desenvolvida constantemente. Os diretores escolares precisaram ser muito resilientes com o contexto da pandemia da Covid-19, não é verdade?

“Hoje, essas competências emocionais que tanto se fala na BNCC precisam ser trazidas para a escola com mais seriedade e propriedade, porque tendo um emocional estável você vai enfrentar as adversidades que vierem, o que você tiver que se renovar, se reinventar, você vai fazer. Se tiver equilíbrio técnico, emocional e físico, esse profissional vai dar conta do futuro”, reforça Raquel.

4. Capacidade de tomada de decisão

O gestor escolar precisa tomar decisões estratégicas no dia a dia de trabalho, e essas decisões impactam diretamente os envolvidos nos processos administrativos e pedagógicos.

Por isso, é muito importante que o diretor tenha dados que apoiem a tomada de decisão. Um sistema de gestão educacional que forneça dados é, portanto, fundamental. Mas a tomada de decisão vai muito além disso.

Valdecir Mengarda, diretor de Gente & Gestão da Plataforma A+, aponta que o gestor escolar precisa estar muito atento às novas tecnologias e metodologias. “Essas ferramentas e novos instrumentos precisam ser avaliados. Para a escola adotar um software ou outros produtos feitos pela tecnologia tem que ter muita criticidade. Sermos seletivos e responsáveis na adoção de medidas que vão contribuir para a formação desse aluno enquanto ser humano é de muita responsabilidade”, comenta.

Por outro lado, muitas vezes as decisões precisam ser tomadas de forma rápida. Raquel comenta uma situação ocorrida no início da pandemia:

“Nós viramos noite e dia para essa transposição didática acontecer de uma forma mais próxima ao dia a dia do aluno. Então, estrategicamente, houve um trabalho tanto pedagógico quanto de infraestrutura, foi pensado muito rápido. E essa forma de trabalho se deu muito pela intuição num primeiro momento e depois pelos dados, porque os tínhamos na plataforma e eles nos movimentavam. A partir deles, mostramos para os professores as metodologias que não estavam funcionando, por exemplo”.

5. Governança

E por falar em tomada de decisão, ter uma boa governança é o que possibilitará decisões mais assertivas e alinhadas estrategicamente.

“As pessoas estão olhando para nós e esperando uma resposta. Por isso, apontar caminhos, influenciar pessoas, dar segurança e ter coragem de arriscar são algumas das habilidades que compõem bem a governança”, ressalta Adriana.

Mengarda complementa que “a educação precisa ser locomotiva, ou seja, a escola não pode olhar para a sociedade e para si mesma e pensar ‘para onde eu vou?’. Não, ela precisa dizer para os seus para onde eles devem ir”.

Portanto, a governança está muito atrelada à liderança e a capacidade de deixar os times alinhados para os objetivos a cumprir.

6. Credibilidade

A credibilidade também é uma habilidade fundamental para o gestor escolar e faz com que os pais confiem na instituição que é gerida por ele, porque o tem como referência. Ela é construída ao longo do tempo, e precisa de bases muito sólidas, fundadas com as outras habilidades que mencionamos antes. Afinal, uma complementa a outra e todas juntas formam um profissional confiável.

“Essa credibilidade é construída, não é do dia para noite, é uma vida, mas com a consciência de que você não se sustenta só pela experiência. Você se sustenta aprendendo todos os dias com o outro. A credibilidade vem muito da humildade, de você se posicionar em alguns momentos e dizer que não sabe, ser transparente”, menciona Raquel.

7. Inovação

A inovação, ao contrário do que muitos acreditam, não se trata apenas da tecnologia. Essa é uma habilidade que muda o olhar do gestor escolar sobre o dia a dia na educação.

Para inovar é preciso sim atentar-se às novas metodologias e tecnologias, mas, sobretudo, ter abertura para o novo, reinventar-se, ter ousadia e coragem para arriscar novos métodos e propostas pedagógicas e administrativas.

Adriana comenta sobre o quanto a tecnologia pode ser usada em sala de aula com os mais diversos conteúdos. É preciso quebrar o paradigma de que a tecnologia é algo extraordinário. 

“A tecnologia foi de fato um presente que já estava conosco guardado lá no fundo da gaveta, utilizado só na hora da aula de robótica e tecnologias. De repente ela se tornou tão popular, tão democrática, e essa foi a nossa estratégia, tentar parecer presencial, mesmo estando a distância”, reforça Adriana sobre o período de trabalho remoto durante a pandemia da Covid-19.

Ana Leão complementa ao dizer que “o maior desafio é avançar em tecnologia, entender o que é melhor para a escola e o futuro dela, e o que pode dar mais tempo para que o gestor possa exercer a sua real função que é acolher professores, familiares e alunos. Ele precisa deixar a tecnologia fazer por ele.”

8. Cuidar dos profissionais da instituição

Assim como o bom relacionamento com as famílias, cuidar dos profissionais da instituição é tarefa essencial do diretor escolar.

Especialmente os professores e coordenadores pedagógicos que estão na linha de frente do dia a dia nas escolas, precisam de apoio para lidar com as situações diárias, tomar decisões e executar o Projeto Político Pedagógico (PPP) com sucesso.

“Se tem um time que precisa ser cuidado, é o time de coordenação, porque ele sofre o primeiro impacto. Quando o assunto chega na direção para tomada de decisão, já vem meio amortecido”, destaca Raquel.

Adriana ressalta que “a pandemia deixou claro para todo mundo que o professor é insubstituível. Não dá para fazer educação sem professor.” 

Ana reforça que a tecnologia possibilitou um outro olhar para o gestor. “Foi possível enxergar as dificuldades do professor e dos alunos. A partir da pandemia, os pais começaram a entrar nas salas de aulas remotas e o professor agora tem uma responsabilidade muito maior com aquilo que ele fala, como trata e lida com os alunos”. Por isso, o apoio ao corpo docente é essencial.

Mengarda reforça a importância do cuidado com os professores. “Não há educação sem professor. Do conhecimento mais simples ao mais complexo, precisamos sempre dele. Então, nos últimos anos, a missão de ensinar ganhou cada vez mais aliados e a tecnologia, no momento, é a aliada que vai com certeza facilitar o acesso aos novos conhecimentos. A tecnologia está aí para ajudar, para fazer com que o processo de ensino-aprendizagem aconteça com muito mais possibilidades”.

Para finalizar, os desafios do gestor escolar são muitos. Mas temos certeza de que as reflexões dos nossos convidados contribuíram para novas ideias. E, sem dúvidas, com a tecnologia como aliada, será possível enfrentar os desafios de forma mais leve e transformar a educação.

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